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Em primeiro de maio celebramos o Dia do Trabalhador. Aproveito a oportunidade para destacar o papel essencial dos professores — não apenas como profissionais, mas como agentes de transformação que moldam cidadãos críticos e conscientes, sustentando a base de qualquer sociedade que almeja progresso. E essa ocasião ganha ainda mais significado, quando nos aproximamos de outra data, o dia 5 de maio, dedicado às Comunicações. Num primeiro momento, as áreas podem parecer diferentes, mas, em sua essência, convergem: ambas operam na transmissão significativa de conhecimento e na formação de indivíduos capazes de dialogar e intervir no mundo
Hoje, mais do que nunca, o professor assume múltiplos papeis: não apenas ensina, mas também inspira, orienta, escuta, acolhe — e comunica. É mediador na construção do conhecimento, incentivador do protagonismo estudantil e do pensamento crítico, e fomentador de habilidades essenciais para o século XXI, como criatividade, colaboração e empatia. Segundo a OCDE, mais de 70% dos professores relatam que gostariam de mais formação em habilidades de comunicação digital e gestão da informação – justamente as competências centrais de uma sociedade hiperconectada.
Vivemos num mundo cada vez mais complexo, veloz, individualista e saturado de informação. Nesse cenário, a habilidade de compreender, interpretar, argumentar e comunicar com clareza é tão fundamental quanto saber ler ou escrever. É justamente aqui que a trajetória do professor se entrelaça com o universo das comunicações.
Ao refletir sobre a importância do comunicador, seja ele um jornalista, um publicitário, ou um cientista, em algum momento de sua trajetória, existiu um professor que conduziu seu aprendizado e despertou a curiosidade pela pesquisa de informações, pelo compartilhamento de notícias, criação de artes e propagação da cultura. A habilidade de se comunicar com clareza, de argumentar com propriedade, de adaptar a mensagem a cada público, são cruciais para o exercício das comunicações, e isto se deu pelo trabalho dedicado dos educadores.
Hoje, o professor também é um comunicador digital. Aulas se transformam em vídeos, conteúdos ganham forma em podcasts e infográficos, e a comunicação se estende para além dos muros da escola. Essa transformação exige preparo e ética — porque ensinar e comunicar, neste século, também envolve lidar com algoritmos, redes sociais, inteligência artificial e múltiplas linguagens.
No dia 5 de maio, comemoramos os avanços tecnológicos dos meios de comunicação, a convergência digital mediada pela rede mundial de computadores, que conecta pessoas em tempo real neste universo global. Ao refletir sobre o papel dos meios de comunicação, remetemos à importância de uma comunicação consciente, ética e eficaz. Neste contexto, o papel do professor deve ser valorizado além do dia primeiro de maio, deve ser reconhecido além dessas datas, sempre em prol do futuro da nossa sociedade. Em tempos de fake news e bolhas informacionais, o professor é também um educador midiático: ensina a checar fontes, a construir argumentos sólidos, a desconfiar de simplificações perigosas e a exercitar a empatia na escuta.
Ao relacionar estas datas significativas, o Dia do Trabalhador e o Dia Nacional das Comunicações, fica evidente a simbiose entre a dedicação dos professores e a importância dos meios de comunicação que disseminam a verdade de forma ética e responsável. Que este momento fortaleça o nosso reconhecimento e nosso apoio na valorização daqueles que dedicam suas vidas a formar mentes brilhantes e cidadãos capazes de construir um futuro mais justo e comunicativo. A jovem Malala Yousafzai, que começou sua luta por educação escrevendo em um blog da BBC aos 11 anos, é prova viva de que um professor e uma ferramenta de comunicação podem, juntos, mudar o mundo.
Feliz Dia do Trabalho! Feliz Dia das Comunicações.
Henrique Moura é diretor de educação do grupo SEVEN e atua há mais de 20 anos no ensino de línguas adicionais, e desenvolvimento de professores e lideranças educacionais. É mestre em Educação pela University of Chichester (Reino Unido) e doutorando em Multilinguismo e Educação para a Cidadania Global pela Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Especialista em educação bilíngue, certificações internacionais e formação docente, é avaliador credenciado da Universidade de Cambridge.